AULA DE DIREITO

terça-feira, 17 de novembro de 2015

(de um email que recebi...)

AULA DE DIREITO 

Uma manhã, quando nosso novo professor de "Introdução ao Direito" entrou na sala, a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila: 
- Como te chamas? 
- Chamo-me Juan, senhor. 
- Saia de minha aula e não quero que voltes nunca mais! - gritou o desagradável professor. 

Juan estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos estávamos assustados e indignados, porém ninguém falou nada. 

- Agora sim! - e perguntou o professor - para que servem as leis?... 

Seguíamos assustados porém pouco a pouco começamos a responder à sua pergunta: 
- Para que haja uma ordem em nossa sociedade. 
- Não! - respondia o professor. 
- Para cumpri-las. 
- Não! 
- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos. 
- Não!! - Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?! 
- Para que haja justiça - falou timidamente uma garota. 
- Até que enfim! É isso... para que haja justiça. E agora, para que serve a justiça? 

Todos começávamos a ficar incomodados pela atitude tão grosseira. Porém, seguíamos respondendo: 
- Para salvaguardar os direitos humanos... 
- Bem, que mais? - perguntava o professor. 
- Para diferençar o certo do errado... Para premiar a quem faz o bem... 
- Ok, não está mal porém... respondam a esta pergunta: agi corretamente ao expulsar Juan da sala de aula?... 
Todos ficamos calados, ninguém respondia. 
- Quero uma resposta decidida e unânime! 
- Não!! - respondemos todos a uma só voz. 
- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça? 
- Sim!!! 
- E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para pratica-las? Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais! Vá buscar o Juan - disse, olhando-me fixamente. 

Naquele dia recebi a lição mais prática no meu curso de Direito. Quando não defendemos nossos direitos perdemos a dignidade e a dignidade não se negoceia.
Inês Vinagre. Com tecnologia do Blogger.

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