E depois há um momento em que a realidade num piso 7 de um hospital nos assalta e vemos como num filme o que perdemos de vida só nesta manhã...
Raramente nos apercebemos do que conseguimos fazer e do quanto é importante para a definição de nós próprios. De manhã conseguimos ouvir o despertador e no meio das lamúrias de sonolência não percebemos como seria tão diferente o nosso dia se desde logo começássemos por não ouvir.Levantamo-nos e passa quase totalmente ao lado no espelho a verticalidade que nos é permitida. Podermos andar, com os nossos próprios pés, com as nossas próprias pernas... Tomamos o pequeno almoço, a correr, de fugida, sem saborear esta fantástica possibilidade de escolha.
Nem nos apercebemos do que podemos ser... fazer... estar.
Andar simplesmente porque sim. Parar simplesmente porque sim.