- De que forma esperamos que este ano seja diferente do último?
- O que esperamos mudar nas nossas vidas?
- Que objetivos temos para o futuro?
Bom, temos de começar por reconhecer e aceitar que nada mudou automaticamente no novo primeiro dia de janeiro… O que pode mudar é a nossa perspectiva, e em seguida devemos focar-nos em garantir que nossas ações sejam congruentes. Mas esta é a parte difícil, dito assim parece simples mas sabemos que não é. A verdade é que a mudança geralmente é lenta. Ocasionalmente, somos capazes de fazer grandes mudanças imediatamente, provavelmente porque já as andamos a considerar há algum tempo. Ao fazermos resoluções de ano novo nem sempre consideramos que pode ser necessário o ano todo para criar a mudança que esperamos ver no segundo dia de janeiro. Quando deixamos de reconhecer todos os pequenos passos no caminho da mudança, preparamo-nos para o desapontamento e o fracasso.
A resolução de um ano novo parece uma solução fácil: definir uma meta importante para o novo ano que se inicia. Mas nossas resoluções estão vazias, a menos que sejam apoiadas por intenções e ação, e nem sempre a criação de uma resolução nos ajuda necessariamente a fazer um plano de ação.
Hoje venho propor uma perspetiva diferente que nos ajude a manter as nossas resoluções o ano todo: a da flexibilidade psicológica, com aceitação e compromisso!
A flexibilidade psicológica, significa que nos conectamos conscientemente com o momento presente, aceitando e reconhecendo o que efetivamente está a acontecer (dentro de nós, pensamentos e sentimentos incluídos) e escolhemos agir de maneira tão consistente com os nossos valores pessoais quanto a situação permitir.
Então, a nossa primeira etapa será entrar em contato com os nossos valores pessoais (não aqueles determinados pela sociedade, família, amigos ou qualquer outra fonte externa) e, em seguida, usamos estes valores para orientar as nossas ações.
Por exemplo, se minha resolução é que eu quero começar a ler mais livros, um bom lugar para começar é examinar meus valores. Sinto que "devo" ler mais porque me sinto pressionada ou quero ler porque valorizo estar informada e quero recorrer menos aos meios digitais? Ou talvez queira ser um melhor modelo na forma como invisto o meu tempo para os meus filhos se inspirarem a ler também... Depois de determinar os meus valores e garantir que minha resolução seja conduzida por minha própria motivação intrínseca, posso criar um plano de ação concreto para avançar.
Sempre que estiver num momento de decisão (um ponto de escolha) posso optar por agir de modo congruente ou incongruente com os meus valores. Podemos identificar as centenas de momentos de um dia em que podemos estar em piloto automático e ser movidos por pensamentos e sentimentos, ou podemos fazer uma escolha consciente e deliberada que está ao serviço dos nossos valores.
Às vezes, optamos por evitar ou procrastinar atuar de modo congruente com os nossos valores (e lá pousamos novamente o livro e fazemos mais um scroll nas redes sociais) e está tudo bem! Tome consciência de quando isso acontecer. Mas lembre-se de que, embora esse evitamento possa proporcionar alívio no momento, a longo prazo, trará consequências e será pior. Portanto, se puder PARAR e optar por agir de acordo com valores com a maior frequência possível, isso trará a pouco e pouco a pequena mudança que se verá mais tarde!
Ao se aproximar deste novo ano e ao começar a pensar nas suas possíveis resoluções, lembre-se de que as grandes mudanças acontecem lentamente, ponto por ponto. Lembre-se de considerar os seus valores e PARAR para decidir como quer AGIR quando atingir um ponto de escolha.
Boas entradas!